Chegou
a hora de entrar no Ultima Edición. Apertando
a tão tradicional lingüeta da maçaneta,
ouve-se um clique e suavemente a porta se abre. Ah,
o inconfundível cheiro de Fusca 0km, em pleno
século 21! Jamais pensei que sentiria esse cheiro
novamente...
De
cara, percebe-se que é outro carro. O acabamento
é muito bom, especialmente para um carro popular
que nasceu nos anos 30. As portas são de courvim,
com um porta-mapas na do motorista.
Hora
de sentar no banco do motorista. De cara, vem aquela sensação
“eu conheço esses bancos...” Sim, eles
vêm do Gol (ou Pointer, como é chamado no México).
Confortáveis, acomodam bem o corpo do motorista.
O volante tem boa pega, é o mesmo que foi utilizado
no Série Ouro e nos Gol GL a partir de 1992. Olhando
para o painel, nostalgia: é muito semelhante àquele
utilizado nos primeiros Fuscas, com grades ao redor do velocímetro
– redondo e que engloba as luzes principais e o marcador
de combustível. A parte superior é toda acolchoada,
para seguir as normas de segurança e diminuir a probabilidade
de ferimentos do motorista e passageiro dianteiro numa colisão
frontal. Pobre de botões, possui apenas o que aciona
os faróis e o do pisca-alerta – nada mais.
O cinzeiro com indicação de marchas continua
lá, mas acima dele há um CD Player de última
geração, de excelente qualidade. Boa parte
do painel é pintada da cor do carro, e na tampa do
porta-luvas está a plaqueta com a inscrição:
“Volkswagen de México 2003 – Ultima Edición”.
Ainda
olhando para a frente, a impressão que dá
é de que este Fusca é maior, sensação
que é consolidada justamente pela maior área
envidraçada e pelo pára-brisas bem mais amplo.
Atenção aos detalhes: o teto é muito
bem acabado, e a luz interior continua sobre o motorista,
acima da porta. Entretanto, não possui a superfície
trabalhada como nos nacionais, e sim lisa, denotando um
pouco mais de modernidade a um projeto tão antigo.
Olhando
para trás, os bancos de Gol realmente oferecem uma
posição bem confortável – embora
isso soe inimaginável quando se diz do banco traseiro
de um Fusca. E, surpreendentemente, possui bagagito, com
dois alto-falantes nas laterais e uma tampa removível,
para que seja possível acomodar mais bagagem atrás
dos bancos traseiros – tal qual no nacional.
Totalmente
acarpetado, o Fusca Ultima Edición é realmente
bonito. O ruído é bem menor se comparado ao
brasileiro, e isso se deve justamente pela melhor qualidade
das forrações e aos tuchos hidráulicos
do motor, que acabaram com a inconfundível batida
“plé-plé-plé” do Fusquinha.
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