Tecno II

tecnolateral.jpg (40732 bytes)

Tecno II? Mas que Santana é este? Este protótipo apresentado no ínicio de 1985 tornou-se para alguns um sonho de consumo, para outros, um carro de gosto de duvidoso que jamais teriam coragem de ostentar.  

Com visual lembrando carros futurísticos, o Tecno II foi montado em São Bernardo do Campo e utilizava a base mecânica dos modelos alemães, mais precisamente a seção traseira da plataforma dos modelos Syncro com suspensão independente por braços arrastados, onde serviu somente como provocação para nós, pobres mortais e proprietários de Santana, que até hoje sonhamos com esse tipo de trem-de-força.

thumb_tecnocurva.jpg (2262 bytes)thumb_tecnofrente.jpg (2512 bytes)thumb_tecnodiagonal.jpg (2302 bytes)thumb_traseira.jpg (2043 bytes)thumb_tecnotraseira.jpg (2399 bytes)

Parece exagero de nossa parte falando do Tecno II, mas então nos diga:

- Qual Santana completamente brasileiro adotou sistema integral de tração, motor 1.8 16 válvulas e freio a disco nas quatro rodas, sendo que os dianteiros eram ventilados?

Sendo os freios de produção nacional, mas a VW nessa época só infelizmente só usava discos sólidos por questões de economia; além da estrutura, carroceria, freios e direção, refrigeração, todos os sistemas eletrônicos, assim como as modificações aerodinâmicas e estilísticas. 

O grande destaque para o Tecno II estava mecânica, onde recebeu o motor 1.8 do Scirocco, com injeção eletrônica e cabeçote com comando duplo e 16 válvulas, desenvolvido pela alemã Oettinger. Esse cabeçote foi usado pelos Golf GTi, Scirocco e Audi. No Tecno II contribui decisivamente para o aumento de potência, chegando aos 139 cavalos e com grande elasticidade, não decepcionando em retomadas como muitos motores 16 válvulas, também graças ao bom escalonamento do câmbio.   

thumb_motor.jpg (3217 bytes)thumb_paineldigital.jpg (2437 bytes)

O grande destaque desta versão é o sistema de tração permanente nas quatro rodas, como nos Audi Quattro I e Passat Variant Syncro, com três diferenciais, dois dos quais são bloqueáveis (central e traseiro), um detalhe interessante para terrenos de baixa aderência como barro, neve ou em condições de dirigibilidade críticas como debaixo de chuva e piso altamente irregular, onde se necessita de todo o apoio do veículo. A suspensão dianteira é macpherson como nos modelos com tração dianteira e a traseira específica para o modelo, agradando quem aprecia uma pilotagem mais exigente, e com o sistema de tração integral permanente da Audi/VW, é praticamente um convite para os excessos. 

O Tecno II trazia ainda uma série de acessórios, no limite entre o útil e agradável para a época, alguns itens até eram desconhecidos do público nacional. Essa verdadeira parafernália de luzes e cores começa pelo painel digital, conta-giros, pressão do e termômetro de água, velocímeto e nível de combustível digitais, além do computador de bordo, fornecendo: hora, tempo de viagem, autonomia, velocidade média e média de consumo, feita a cada 100Km. 

thumb_bancospainel.jpg (2179 bytes)thumb_bancostraseiros.jpg (2272 bytes)thumb_porta.jpg (2420 bytes)thumb_painel.jpg (2685 bytes)thumb_teto.jpg (2318 bytes)

No teto, entre os páras-sol, ficava o check-control que informava ao condutor as anomalias ocorridas durante o funcionamento do veículo; o sistema de checagem se expressava por um jogo de luzes e também por um processo sonoro, mais ou menos no estilo “carro que fala”, enfatizando as anormalidades mais graves, por exemplo a queda de pressão de óleo era avisada em tempo mais curto do que uma porta mal fechada. Além de melhorias, que hoje são consideradas usuais, como temporizador para os vidros elétricos, alarme com acionamento a distância e piloto automático.

Um sistema anti-furto à base de raios infravermelhos foi utilizado, para completar haviam ainda televisão, telefone e calculadora (HP), além um baixíssimo nível de ruído, permitindo desfrutar de todos os itens oferecidos, acomodado nos confortáveis bancos em couro Recaro, que já dispunham até de regulagem elétrica. Enfim, como o próprio nome dizia era uma amostra de tecnologia, e por incrível que pareça, se passaram cerca de 18 anos e ainda existem alguns acessórios que ainda não se popularizaram por aqui e outros sequer existem.

É, nossa indústria automobilística já viveu tempos muito melhores, que os dias atuais...


Por: Ignacio Teixeira Montanha Marques e Lucas Toffoli Alcino