Data: 26/10/2002

Golf III VR6 

- Com o lançamento do Golf III em 1992 a grande inovação era a utilização do VR6, motorização estreada pelo Passat 35i em 1991 e em seguida pelo Corrado SLC. 

- Com a introdução desse motor na linha Golf, a VW oferecia o único veículo do segmento compacto europeu com um motor 6 cilindros. 

- O desempenho era excelente, mas o comportamento dinâmico já não era a referência, pois os reforços estruturais acabavam por penalizar o veículo com um peso mais alto, compensado porém com uma grande evolução em rigidez estrutural se comparado com a segunda geração. Os pneus 205/50 VR15 eram os mais largos já usados num Golf, medida idêntica era usada nos modelos GTi. As rodas eram BBS como de costume, com 2 modelos disponíveis inicialmente. 

A concorrência

- A BMW Compact 323 Ti foi uma das concorrentes, que apesar de criticada por muitas "especializadas" pela suspensão traseira de braços semi arrastados ser da geração anterior (E30), já que os outros modelos da série 3 (E36) eram equipados com suspensão traseira multilink. O desempenho dinâmico continuava sendo referência, apenas em piso irregular eram notadas vibrações maiores, com um espaço interno era acanhado, o painel também era o mesmo da E30 com isso a qualidade geral dos plásticos e montagem dos acabamentos estava abaixo do esperado. E com a política adotada pela BMW na Europa, era e ainda é atualmente necessário agregar vários opcionais para se ter um carro completo, pois o equipamento de série é sempre escasso, com isso o preço se tornava mais alto ainda para um veículo que já era o mais caro do segmento. Ao contrário da política praticada no Brasil, onde apesar do preço dos veículos serem exorbitantes, o equipamento de série agrega muitos acessórios que são disponíveis apenas como opção no Velho Continente. Mas apesar dos esforços da VW com o Golf, a marca BMW tinha e ainda tem uma imagem superior, mas a VW continua a se aproximar cada vez mais.

- Outro concorrente foi o Mazda 323 F, que oferecia um motor 2.0 V6 24 válvulas com 150cv, a força desse motor só era revelada em altas rotações, sendo decepcionante até 5 mil rpm, mas o problema realmente era o comportamento dinâmico, que ficava aquém dos concorrentes pela a excessiva tendência de sair defrente devido a má distribuição de peso, além de uma direção com respostas lentas demais para um modelo que se dispunha a ser o esportivo da linha 323. 

Os equipamentos

- Com 174 cv e 190cv  de potência (2.8 e 2.9), o veículo seria bem mais exigido, e para conter toda a cavalaria, o Golf naturalmente passava a ser equipado com EDS, discos de freios dianteiros ventilados de mesmo diâmetro que os do Passat VR6, suspensão foi dimensionada para o maior exigência com barras estabilizadoras de maior diâmetro, amortecedores de maior carga e novas molas que garantiam uma altura de rodagem reduzida em relação ao Golf básico. O resultado como em qualquer Golf era um comportamento neutro, com uma direção comunicativa e bem calibrada e uma  estabilidade direcional excelente; não como a agilidade o Golf I GTi mas se assemalhando ao "grip" do Corrado, mesmo com essas modificações o "rolling" da carroceria apesar de não ser excessivo, era notável.

- O 2.8, com a injeção Bosch Motronic 2.7 atingir os 23.5 kgmf de torque máximo a 4.200 rpm, alcançando a 226 Km/h de velocidade máxima segundo os números oficiais divulgados pela VW. Com o uso da gasolina super plus com 98 octanas RON, o pico de torque subia para 24 kgmf e com ganho em potência de aproximados 2 cv.

- Inicialmente o VR6 foi gerenciado pelo sistema Siemens Digifant e desenvolvia os mesmos 174cv a 5.800 rpm, perdendo no torque máximo cujo valor era de 23 kgmf a 4.600 rpm. Logo esse sistema foi abandonado em favor do sistema fabricado pela Bosch, acima citado.

- Na Europa eram disponíveis primeiramente os modelos 2.8 e 2.9 com tração dianteira, em 1993 o motor  2.9 passou apenas a ser disponível com tração integral. Com isso o VR6 2.9 Syncro foi o topo da linha Golf; os opcionais eram poucos, pois o equipamento de série era realmente generoso. Bancos em couro Recaro, ar-condicionado digital Climatronic, rodas BBS, computador de bordo e alguns apliques em madeira de lei. Com isso o Golf VR6 era um veículo esportivo e ao mesmo tempo luxuoso.

- O VR6 não era apenas exclusividade do Golf hatch 2 ou 4 portas, o Vento e a Golf Variant também chegaram a ser equipados com este propulsor, sendo o Vento com tração dianteira e motor 2.8 e Golf Variant com motor 2.9 e tração Syncro.

Golf GTI VR6 - Made in México

- O Golf montado em Puebla, recebeu a denominação GTi VR6, fugindo da origem da tradição da sigla GTi, que designa nos modelos VW europeus apenas hatches com 4 cilindros. Era disponível apenas em 2 portas com o motor VR6 alemão como a maioria de suas peças. A esportividade não era a mesma, já que o veículo fora adaptado ao gosto e a legislação dos EUA. Novas rodas, uma suspensão mais macia e um equipamento de série mais pobre, tornavam logicamente o preço mais baixo; e apesar de muita gente torcer o nariz, infelizmente nos EUA a concorrência era direta com veículos japoneses que vendiam muito bem, mas sem oferecer a mesma qualidade. 

- O motor VR6 no modelo mexicano desenvolvia 172cv, devido a taxa de compressão reduzida para aceitar a gasolina de octanagem inferior vendida nos países onde era comercializado. O motor 2.9 nunca foi comercializado devido a necessidade de utilizar a gasolina Super Plus de 98 octanas. 

- O Jetta III era o mais vendido pela VW nos EUA, este sim teve um volume de vendas considerável com o motor VR6, já que tinha a preferência do consumidor americano em relação ao Golf, cujas vendas realmente eram baixas.

- Como curiosidade a revista norte-americana Road & Track, quando realizou seu primeiro teste completo em 1993 com o Golf GTi VR6, a medição da aceleração de 0 a 96 km/h foi realizada em 6.8 segundos, tempo abaixo dos números de fábrica, ou seja VR6 confirmava sua garra.

Golf VR6 no Brasil

- No Brasil no período de 1995 a 96, o Golf VR6 passou importado oficialmente pela VW, como o resto da linha no Brasil. Era encontrado em algumas concessionárias, mesmo assim não era muito fácil encontrar o modelo devido ao número reduzido de veículos importados, já que algumas concessionárias só dispunham o modelo por encomenda, em alguns casos era necessário um tempo de espera, muitas vezes exigindo ainda uma porcentagem de "sinal" caso o veículo não estivesse disponível em estoque. O consumidor também precisava de paciência, já que uma viagem de navio da Alemanha não era das mais rápidas. 

- Alguns importadores independentes também trouxeram algumas unidades por encomenda do Golf VR6, Golf GTi VR6 e em quantidade mínima o Golf VR6 2.9 Syncro.

Observação

Obrigado.

Motor

Disposição

6 cilindros em V (15° )

Válvulas por cilindro

2

Materiais (bloco / cabeçote)

Ferro fundido / alumínio

Posição

Dianteira, transversal

Alimentação

Gestão eletrônica integral Siemens Digifant, posteriormente (Bosch Motronic 2.7*)

Cilindrada

2.792 cm³

Diâmetro x Curso

81 x 90.3

Taxa de compressão

10.0

Regime máximo 

6.500 rpm

Potência máxima

174 cv a 5.800 rpm (174 cv a 5.800 rpm*)

Torque máximo

23.0 kgmf à 4.600 rpm (23.5 kgmf a 4.200 rpm*) (24 kgmf a 4.200 rpm com gasolina 98 RON)

Potência específica 

62.3 cv/l

 Transmissão

Tipo

Tração dianteira

Câmbio

5 marchas, mecânico

Autoblocante

EDS

 Suspensão e freios

Coeficiente aerodinâmico (Cx)

0,32

Suspensão dianteira

Mcpherson com barra estabilizadora

Suspensão traseira

Eixo de torção com efeito autodirecional e barra estabilizadora

Freios dianteiros

Discos ventilados, 285 mm de diâmetro

Freios traseiros

Discos sólidos, 226 mm de diâmetro

Direção

Pinhão e cremalheira, assistência progressiva

 Dimensões

Comprimento x Largura x Altura

4.020 x 1.710 x 1.410 mm

Entreeixos

2.475 mm

Bitola dianteira

1.450 mm

Bitola traseira

1.435 mm

Rodas

7.5" x 15" 

Pneus

205/50 VR 15

Capacidade do tanque

55 l

Peso

1.205 kg

 Performances

Velocidade Máxima

226 km/h

0 a 100 km/h

7.4 segundos

De 0 à 160 km/h

17.2 segundos

De 0 à 400 m

15.1 segundos

De 0 à 1000 m

27.7 segundos