Audi e VW - Muita coisa em comum |
Texto: Felipe Bitu |
Data: 16 de Setembro de 2001 |
|
|
VW a ar: o começo do fim
Até o final da década de 60, a Volkswagen só produzia na Alemanha carros com motor refrigerado a ar. Eram o VW Kafer (nosso Fusca), o VW Type 2(a nossa veteraníssima Kombi), o jipe VW 181, um derivado direto dos veículos militares usados pelos alemães na Segunda Guerra, e os VW 1500/1600, conhecido no mundo todo como VW Type 3, em três versões: "notchback",, semelhante ao "Zé do Caixão", "fastback", semelhante ao nosso TL e "squareback", muito parecida com a nossa Variant.
A "família VW" reunida para uma foto em 1969.
O VW 181 utilizado pelas forças armadas de países como Áustria, Bélgica, Brunei, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Grécia, Marrocos, Portugal, Suíça, Holanda, Turquia e Estados Unidos, dos exércitos locais ou bases alemãs.
O VW Type 3 "notchback", de 3 volumes
O VW Type 3 "fastback"
O VW Type 3 "squareback" ou Variant
A "família" Type 3
Ainda eram disponíveis o clássico Karmann-Ghia, conhecido como VW Type 14 e a sua versão mais atual, o Type 34, que não chegou ao Brasil, além do VW Type 4, representado pelos modelos 411/412, muito parecidos com os TL e Variant nacionais, só que mais modernos, com duas ou quatro portas e uma versão station-wagon, motor 1700cc com dupla carburação e 68 cv DIN a 4500rpm e suspensão com molas helicoidais ao invés de barras de torção.
O clássico VW Type14, mais conhecido como Karmann-Ghia
O VW Type34, um Karmann-Ghia "diferente"
O VW Type4, conhecido como 411
Mas a VW não parava por aí. Em 1969 o VW 411 passava a utilizar injeção eletrônica de combustível, fazendo o motor 1.7 a ar render 80 cv DIN e fazia com que o motor a ar pegasse sem problemas mesmo em temperaturas extremamente baixas, como o inverno sueco, aonde 20o C negativos são uma constante.
A "convivência" pacífica do Type 3 e Type 4
O primeiro Volkswagen equipado com injeção eletrônica: o 411 e a sua centralina.
Em agosto de 1972, a Volkswagen passava a fabricar uma versão mais atualizada do VW 411: era o 412, um discreto face-lift que deixava o VW 412 com a mesma "cara" da Brasília e Variant, junto com algumas mudanças, como freios mais eficientes e suspensão reforçada, volante deformável e central elétrica com autodiagnose.
Uma propaganda do VW 412, o raio-X do carro, mostrando suas suspensões e o modelo Variant.
Mas a tecnologia dos motores refrigerados a ar estava ficando defasada e a Volkswagen precisava de novas tecnologias. Daí a compra da Auto Union, que sempre foi uma das montadoras mais importantes da Alemanha.
O sistema de autodiagnose VW, usado por toda a linha
A estratégia de mercado
Foi justamente nesta época em que a Volkswagen passou a se tornar mais agressiva no mercado e adquiriu duas importantes montadoras alemãs: a NSU e a Audi.
A Audi foi adquirida pela Volkswagen em 1962, por 300 milhões de Deutschmarks ,e na época se chamava Auto Union AG, fundada em 29 de junho de 1932, reunindo 4 montadoras: a Wanderer, fundada em 1885, a Horch, fundada em 1899, a própria Audi, fundada em 1909 e a DKW, fundada em 1907. (Saiba mais-LINK). Cada argola do logotipo da Audi representa cada uma das montadoras acima.
Alguns logotipos da Auto Union e as empresas que ela representava
Antes de pertencer à Volkswagen, a Auto Union chegou a fazer parte do grupo Daimler-Benz por quase 7 anos, a partir de 24 de abril de 1958, quando a Daimler-Benz AG adquiriu 87,8% do capital da Auto-Union. As relações da Audi e Mercedes-Benz acabaram no dia 1o de janeiro de 1965, quando a Volkswagenwerk AG tomou posse de 50,3% da Auto Union AG.
Este foi o primeiro passo para que a Volkswagen se tornasse uma das maiores montadoras do mundo. O segundo passo foi dado no dia 10 de março de 1969, quando a Volkswagen adquiriu a NSU (Neckarsulm Strickmaschinen Union), e realizou a fusão desta empresa com a Auto Union.
Logotipos da NSU
A fusão foi consolidada em 21 de agosto de 1969, quando a Auto Union AG mudou a sua razão social para AUDI NSU AUTO UNION AG. O nome NSU foi utilizado comercialmente até 1977, quando a Volkswagen resolveu encerrar a produção do NSU RO-80, fabricando apenas 37,204 unidades deste modelo.
Em 1o de janeiro de 1985, a Audi mudava definitivamente a sua razão social, passando a se chamar AUDI AG, nome que permanece até os dias atuais.
A saga de uma das mais importantes empresas do ramo automobilístico mundial: Audi
Vocês devem estar se perguntando: "se o Fusca era um sucesso mundial e vendia muito bem no mundo todo, por que a Volkswagen resolveu adquirir a Audi e a NSU"?
A resposta é bem simples: grande parte da tecnologia desenvolvida pela Volkswagen foi fruto do trabalho de um dos mais notáveis engenheiros automobilísticos que o mundo já conheceu: Ferdinand Porsche.
De acordo com o Best Cars Web Site: "Ferdinand Porsche não deixa dúvidas em seu currículo. Foi simplesmente o maior gênio que chegou a encostar uma caneta nanquim no mailer para projetar um automóvel. Sua história se confunde com a do automóvel em si. A grande ironia é que ele nunca projetou um carro de marca Porsche."
Entre alguns feitos notáveis de Ferdinand Porsche estão os fantásticos Mercedes-Benz S, SS, SSK e SSKL (falaremos sobre Porsche e Mercedes mais tarde) os incríveis Auto Union de Gran-Prix (que simplesmente passavam por cima das Mercedes-Benz e Alfa-Romeo da época) e é claro, o carro mais querido do mundo, o Fusca.
O professor Ferdinand Porsche, Adolf Hitler e Porsche no Volkswagen e o brasão que representa um dos mais famosos carros esportivos do mundo.
Só que Ferdinand Porsche faleceu em 1951 e a sua empresa, a "Porsche Konstruktionburo für Motoren-Fahrzeug-Luftfahrzeug und Wasserfahrzeugbau" nada tinha a ver com a Volkswagen a partir do dia em que esta deixou de ser uma empresa estatal (apesar dos projetos em comum que fizeram anos depois), ocupando-se com os esportivos que carregavam a marca Porsche e projetos industriais que envolviam automóveis e motores aeronáuticos e marítimos.
Ferdinand Porsche, autor de vários projetos vitoriosos para a Mercedes-Benz e para a própria Auto-Union, fundou a sua empresa em 6 de março de 1931, após se desligar da Daimler-Benz por suas divergências com os diretores da empresa, já que o Professor Porsche tinha muito interesse em popularizar o automóvel, idéia que nunca passou pela cabeça dos diretores da Daimler-Benz, que quase sempre fabricaram carros para a elite.
O renomado engenheiro também esteve envolvido com a NSU em 1934, desenvolvendo o NSU Type 32, que, por ironia do destino, seria um dos protótipos do Volkswagen, o carro do povo.
O Type 32, desenvolvido pela NSU e um dos protótipos do Volkswagen
Pode parecer brincadeira, mas a NSU ajudou a desenvolver o produto que faria o sucesso da Volkswagenwerk AG, que mais tarde "canibalizou" a própria NSU.
Porsche passou a desenvolver o carro com a NSU após tentativas de levar o projeto adiante com a Zündapp, famoso fabricante de motocicletas da Alemanha. Mas a NSU, assim como a Zündapp, descartou o projeto de Ferdinand Porsche, que acabou desenvolvendo o projeto final a pedido do führer Adolf Hitler. O resto da história nós todos conhecemos.
Mas a tecnologia dos motores refrigerados a ar estava ficando defasada e a Volkswagen precisava de novas tecnologias. Daí a compra da Auto Union, que sempre foi uma das montadoras mais importantes da Alemanha.
E a NSU, aonde fica nesta história? Apesar de apresentar uma tecnologia que chegava a ser até mesmo superior à tecnologia da Audi, com o desenvolvimento de motores Wankel, a NSU foi comprada apenas para que a Fiat não entrasse no mercado alemão.
Fiat no mercado alemão? Sim, a NSU produziu diversos carros Fiat na Alemanha, principalmente depois que a Fiat comprou a fábrica da "Neckarsulmer Fahrzeugwerke AG" em 1929, fundando a "NSU-Automobil AG", que vendia seus carros sob as marcas "NSU-Fiat" e " Neckar".
Uma das primeiras campanhas publicitárias da NSU e a fábrica na NSU em Neckarsulm.
Muitos destes carros são basicamente os mesmos modelos Fiat que eram comercializados na Itália, sendo que muitas peças são intercambiáveis entre si. Entre os modelos em comum fabricados pela NSU e Fiat podemos citar o NSU-Fiat 500 Topolino, NSU-Fiat 1000, 1100, 1500 e 2500, NSU-Fiat Weinberg 500, NSU-Fiat Weinberg Limousette, NSU-Fiat Neckar Europe, Neckar / NSU-Fiat Jagst 770, NSU Neckar Jagst Riviera e Cabriolet, NSU Neckar Jagst 770 Coupe, NSU Neckar 1500 TS Coupe, Neckar / NSU-Fiat Jagst 2 e o NSU-Fiat Neckar Millecento, todos fabricados pela NSU entre 1937 e 1968.
Os modelos Sport Prinz e Prinz 4, que utilizavam a mecânica do Fiat Seicento: motor quatro tempos de dois cilindros refrigerados a ar, localizado na traseira em posição transversal.
Como todos sabem, em 1969 a Volkswagenwerk AG comprou a NSU e erradicou a Fiat do mercado alemão. Para quem já desconfiava, trata-se apenas de uma confirmação de que os famosos NSU-Prinz nada mais eram do que carros utilizando tecnologia Fiat largamente empregada em modelos como o Cinquecento e o Seicento, com seus motores traseiros transversais refrigerados a ar.
Capa da revista alemã "Mot" da década de 60, com destaque para o VW Type 14 Karmann-Ghia e o NSU-Fiat.
Eis o objetivo principal da Volkswagen: comprar a tecnologia Audi e eliminar a Fiat do mercado alemão com a compra da NSU. Mas a tecnologia NSU também foi aproveitada, como podemos ver a seguir.
K70: o "anti-volkswagen"
Em agosto de 1970, a Volkswagen surpreendia o mundo com um modelo que em nada lembrava as soluções mecânicas que eram empregadas pela montadora alemã.
Tratava-se de um sedã de quatro portas com linhas retas, ótima área envidraçada, motor refrigerado a água, motor dianteiro e tração dianteira, mas com o logotipo da VW no centro da grade. De onde a Volkswagen havia sacado este projeto?
Era nada mais nada menos do que o VW K70. O K70 (conhecido internamente pela VW como Type 48) foi totalmente projetado pela NSU e tinha data marcada para chegar ao mercado: março de 1969, mas as negociações entre NSU e VW acabaram por atrasar o lançamento do carro, que também apresentava outras excelentes características: excelente estabilidade, espaço interno invejável, ótimo porta-malas e um nível de segurança jamais visto antes em qualquer automóvel VW.
Linhas retas, quatro-portas, motor e tração dianteiros, excelente estabilidade e inúmeros equipamentos de segurança. Que VW era este??? Era o K70.
Mas o K70 apresentava alguns problemas para a estratégia de mercado da Volkswagen. A montadora alemã já fabricava um carro que competia na mesma categoria de tamanho e preço do VW K70: era o VW 411 (conhecido internamente pela VW como Type 42).
A única solução viável era tornar o K70 um carro mais sofisticado do que o 411, fazendo com que o carro passasse a competir em uma outra faixa do mercado e não atrapalhasse as vendas do 411.
Foram realizadas mudanças no sistema de suspensão e freios, assim como uma maior preocupação por parte da VW com equipamentos de segurança oferecidos no K70. Em 1971 a VW fez algumas mudanças no interior do carro, substituindo o volante e bancos pelos utilizados no VW 411, assim como outras pequenas alterações, como o uso de pára-choques do modelos da Audi.
A VW ofereceu inicialmente o motor 1.6l SOHC com 75 HP (opcionalmente 90 HP) para o K 70, com uma velocidade máxima de 147 Km/h (158 Km/h na versão de 90 HP). Ao contrário do VW 411, o K 70 era oferecido apenas com a opção de 4 marchas manuais, enquanto o 411 oferecia até câmbio automático.
O K70 fez muito sucesso da Suécia, sendo eleito o "Carro do Ano" nos anos de 1971 e 1972, sendo muito utilizado como táxi, como mostra esta propaganda da Volkswagen da Suécia.
Em maio de 1973 a VW passou a oferecer uma versão mais potente do K70, com um motor 1.8l de 100 HP, que levava o K70 a 162Km/h, mas isso não foi suficiente para alavancar as vendas do modelo, que teve sua fabricação encerrada em fevereiro de 1975.
Ao todo, 211,127 unidades do K70 deixaram a fábrica da Volkswagen em Salzgitter, 25 milhas a sudoeste de Wolfsburg. Um dos motivos das baixas vendas do K70 foi a competição interna deste modelos com dois outros modelos da Volkswagen: até julho de 1974 o K70 competia com o VW 411 e 412, mesmo após as mudanças realizadas pela fábrica, e a partir de agosto de 1973 o K70 tinha que enfrentar outro "irmão" de peso: o recém lançado VW Passat.
Os dois modelos da VW canibalizaram o K70, o 411 por ser mais barato e o Passat por ter uma performance superior. Seguem dados da própria Volkswagen:
Modelo |
Motor |
Velocidade Máxima |
Aceleração de 0 a 100 Km/h |
Consumo |
VW K 70 LS |
1.8l/90hp |
162km/h |
13 segundos |
7,4 Km/l |
VW 412 LS |
1.8l/85hp |
158km/h |
14.5 segundos |
8 Km/l |
VW Passat TS |
1.5l/85hp |
168km/h |
12 segundos |
10 Km/l |
Os 3 modelos competiam entre si: o 411 representava a tecnologia disponível até então, o K70 representava a tecnologia NSU e o Passat desde o seu lançamento já era um projeto totalmente derivado da Audi.
Audi e Volkswagen: os caminhos se cruzam.
Quando foi adquirida pela Volkswagen, a Audi tinha seus próprios projetos, os quais podem ser considerados os "ancestrais" de toda a linha Volkswagen refrigerada a água: eram os Audi 60, Audi 75, Audi 80, Audi Super 90, sendo que o Audi 100 entrava em produção em 1970, sendo este considerado a primeira geração do atual Audi A6, enquanto que o Audi 80 é considerado a primeira geração do atual Audi A4.
O Audi 100 foi projetado pelo então chefe de desenvolvimento da Audi, Ludwig Kraus, que havia contrariado as ordens de Heinrich Nordhoff, o então presidente do Grupo Volkswagen desde o pós-guerra.
O engraçado é saber que alguns dos maiores sucessos da Volkswagen foram desenvolvidos em segredo: não só o Audi 100, mas também a Brasília, projetada por Rudolph Leiding, o então presidente da Volkswagen do Brasil no início da década de 70, que escondeu o projeto da Brasília o quanto pode, com medo da matriz alemã não aprovar o modelo. A Brasília foi aprovada, mesmo com a VW alemã torcendo o nariz.
Seguindo os mesmos passos do novo Audi 100, foi lançado em maio de 1972 o novo Audi 80. Era um sedã médio de duas portas, um três-volumes moderno, bonito e de bom desempenho, desenhado por Giorgetto Giugiaro, um dos maiores ícones do desenho automobilístico, membro da Ital Design. Fez tanto sucesso que foi eleito o carro do ano na Europa em 1972. O modelo de 4 portas veio em 1973.
O Audi 80 utilizava algumas soluções mecânicas que foram características marcantes de toda a linha Audi por muitos anos: motor montado na posição longitudinal, tração dianteira, suspensão dianteira McPherson e suspensão traseira semi-independente, com eixo de força, braços longitudinais e barra de locação transversal Panhard, montada diagonalmente. Opção de câmbio de 4 marchas manuais ou câmbio automático de 3 marchas nas versões mais luxuosas.
Notem a semelhança entre o Audi 80 e a Passat Variant, ambos usando a plataforma B1 do grupo Volkswagen.
A plataforma do Audi 80 ficou conhecida dentro do grupo Volkswagen como plataforma B1, que um ano depois daria origem a um dos maiores sucessos da Volkswagen: o Passat. Quem é que não reconhece todas as características acima (exceto o câmbio automático) como sendo a "alma" do carro que revolucionou a Volkswagen no Brasil?
No alto, a esquerda, o Audi 80 de 1972, a direita, o Passat TS lançado no Brasil em 1976. Note as semelhanças, como faróis, pára-choques, piscas, portas e pára-brisas. Abaixo, a esquerda, as duas versões do Passat em 1973 e a direita um esboço do desenho do Audi 80. Veja como Giugiaro pouco alterou o desenho original do Audi 80 para criar o Passat.
Na realidade, o Passat não passava de um Audi 80 redesenhado. Ambos os carros não compartilhavam só a plataforma, mas também os motores de 1272cc (1.3), 1471cc (1.5) e 1588cc (1.6), sendo que destes três apenas os dois últimos foram oferecidos nos Passat fabricados no Brasil.
Qualquer semelhança NÃO É mera cioncidência...
Esta versão do Audi 80 foi fabricada de maio de 1972 a julho de 1976, ocorrendo então uma reestilização no modelo em agosto 1976, reestilização também adotada pelo VW Passat em setembro de 1977 até o lançamento da versão sobre a plataforma B2, em 1979.
A plataforma B2 do Audi 80 foi lançada em 1979 e o VW Passat também passou a utilizar a mesma plataforma, em 1980. A plataforma B2 foi utilizada pela Audi até 1987.
Audi 80 e VW Passat compartilhando a plataforma B2: note alguns dos inúmeros detalhes em comum, como o mesmo estilo nas linhas, as mesmas maçanetas, rodas e outros componentes de acabamento interno. Perceba ta,bem as rodas utilizadas no Audi 80, que foram utilizadas no Brasil em diversos automóveis VW na década de 80.
Para quem não sabe, a plataforma B2 do grupo Volkswagen ainda está em produção: se trata do velho e bom VW Santana, que nada mais é do que a segunda geração alemã do Passat, que saiu de linha na Alemanha em 1987.
Mais uma vez, a semelhança entre Audi 80 e VW Passat é espantosa:os mesmos motores de 4 cilindros 1.3, 1.6, 1.7, 1.8, 1.9 diesel, 2.0 e o famoso 2.2 de 5 cilindros.
Muitas semelhanças, estéticas e mecânicas, entre a VW Quantum Syncro e a Audi 200 by Artz. De maçanetas, lanternas e portas até o conjunto de tração integral que compartilha o mesmo projeto.
As semelhanças não param por aí e são sempre as mesmas desde a plataforma B1 de 1972: detalhes como rodas de aço e rodas de liga leve, calotas, maçanetas, faróis, pára-choques, portas, pára-brisas, espelhos retrovisores, lanternas, pedais, comandos do ar condicionado, difusores de ar, pinos das travas das portas, puxadores de porta, levantadores dos bancos, mostradores como velocímetro e conta-giros e diversos comandos internos eram praticamente os mesmos!
Um autêntico Volkswagen? Não, apenas o interior de um Audi. Note que alguns detalhes são praticamente os mesmos utilizados nos Volkswagens, como os pedais e os comandos do ar-condicionado, assim como muitas semelhanças no formato do painel, console, abertura do capô e outros detalhes que vocês mesmos podem perceber.
Um Gol GTS? Um Santana? Não, um Audi Coupe. Perceba que alguns detalhes, como o desenho do volante, levantadores do bancos, puxadores de portas, manivelas dos vidros, desenho do painel e porta-trecos nas portas são praticamente iguais aos dos carros da Volkswagen.
Em alguns casos extremos, a única diferença entre dois carros VW e Audi usando a mesma plataforma eram os emblemas! Foi este o caso do Audi 50 e do VW Polo, que não se diferenciavam em praticamente nada, salvo alguns detalhes que passariam despercebidos por qualquer um, como os frisos.
Audi 50 e VW Polo: só o emblema mudava
Audi e VW passaram a se diferenciar um pouco a partir de 1988: a nova plataforma do Passat, a B3, era uma evolução da plataforma A2 utilizada nos Golf/Jetta, usando motor na transversal, com uma carroceria mais aerodinâmica, ausência da grade frontal, excelente espaço interno e motores que iam do 1,6 do Passat básico ao 2.0 do Passat GT de 136 cavalos, sendo oferecido mais tarde o supra-sumo da tecnologia em motores de 6 cilindros, o motor VR6, enquanto que o Audi 80 continuava a utilizar o motor na posição longitudinal.
A plataforma B4 do Passat era praticamente a mesma plataforma B3 usada anteriormente, sendo apenas uma reestilização na carroceria anterior, mas que fez sucesso no Brasil. As plataformas B3 e B4 nada tinham em comum com as plataformas do Audi 80 fabricados entre 1988 e 1995.
Em 1996, chegou ao mercado o Audi A4, e no ano seguinte foi apresentado o Passat B5, que compartilha a mesma plataforma com o próprio Audi A4 e também com o Audi A6 lançado em 1998. Interessante lembrar que o entre-eixos do Passat é maior do que o do Audi A4 e menor do que o do Audi A6, fazendo dele um "intermediário" em tamanho.
E não pára por aí. Audi e Volkswagen ainda compartilham a plataforma A do Grupo Volkswagen, respectivamente com os modelos A3 e Golf, ambos lançados no mercado
A plataforma A1, inaugurada pelo Golf em 1974, compreende os seguintes modelos: Golf, Caddy (versão pick-up do Golf), Golf conversível, Golf Cabriolet, Golf GTI, Jetta I, SciroccoI e Scirocco II.
Foi fabricada até 1982, ano em que deu origem a plataforma A2, da qual faziam parte o Golf, Golf GT, Golf GTI, Jetta II, Jetta GLI 16V, Jetta Carat, Corrado G60, Corrado VR6 e o Corrado SLC.
Em 1993, surge a plataforma A3, quando a Volkswagen apresentou os seguintes carros: Golf III, Jetta III,GTI VR6, Jetta GLX e Golf Cabrio.
Em 1996 foi apresentada a plataforma A4, que também é compartilhada pela Audi, com carros conhecidos por todos nós: Golf, Jetta/Bora, New Beetle, Audi A3 e Audi TT.
Do Golf ao Audi A3, do Passat de 1973 aos Audis A4 e A6, esperamos ter solucionado esta dúvida que tanto aflige alguns: VW é Audi ou a Audi é VW? Você decide...
|