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Projetado no final da década de 70, cujo projeto
chamava BX, tinha a missão de substituir a Brasília.
Foi lançado em 1980, montado numa plataforma
derivada da primeira geração do Audi 80/VW
Passat; inicialmente foram usados motores boxer arrefecidos
a ar, o desempenho logicamente decepcionava, mas com
um bom nível de torque em baixa rotação;
como os números eram modestos ficava patente
que o monobloco ainda tinha mais potencial a oferecer,
visto que derivava de um veículo de categoria
superior, ou seja sobrava carro e faltava motor.
Inicialmente
disponível na versão L com motor 1.300
a ar, que em 1981 passou a ser disponível também
numa versão a álcool, passou-se um ano
e a VWB tentou corrigir com o motor 1.600 a ar, novamente
não satisfez as exigências do público,
as vendas continuavam baixas. Nesse mesmo ano foi lançada
a variante sedã, chamada de Voyage, logo em 1983
a perua e picape, Parati e Saveiro respectivamente.
Só
em maio de 1984, com o lançamento da versão
esportiva GT o Gol começou a usar motor arrefecido
a água, 4 cilindros em linha, 8 válvulas
de origem Audi, deslocava 1.8 litros gerando 99cv, conhecido
como MD-280. Diferia do 1.8 normal, utilizado no Santana
pelo comando de válvulas esportivo (268º).
Para a linha 85, as versões S e LS ganharam motor
1.6 MD-270 arrefecido a água. (o Voyage e a Parati
foram lançados em 1982, e a Saveiro em 1983).
A versão de entrada BX, mais despojada, continuava
sendo produzida com motor 1.6 arrefecido a ar. Na linha
86 houveram mudanças apenas mecânicas,
recebendo o motor AP-1800 S (Gol GT) e AP-1600 (S e
LS), conhecidos como “bielas longas”.
Em
1987, A versão básica BX é descontinuada.
A nomenclatura das versões muda de S, LS e GT
para CL, GL e GTS. O interior não recebeu mudanças,
permanecendo idêntico. Ocorreu a primeira reestilização
com mudanças na dianteiras (faróis e grade),
na traseira (lanternas) e os pára-choques passaram
a ser envolventes; também neste ano foi lançada
a versão GTS, sendo raras as unidades desse período.
Em 1988 foram realizadas modificações
internas como painel de instrumentos, espelhos retrovisores
novos reposicionados e já como modelo 1989, surge
primeiro carro nacional com injeção eletrônica
de combustível, o esportivo GOL GTi um marco
da indústria automobilística nacional.
Em
1990, o motor 1.8 foi disponível também
para a versão GL, surgindo também o motor
1.6 CHT de origem Ford, o qual muitos torcem o nariz
até os dias de hoje. No ano seguinte, outra reestilização
mudando a frente que passou a ser mais baixa, faróis
menores e a tampa traseira perdeu os vincos, o GTi que
seria um veículo de produção limitada,
foi incorporado à linha, e ganhou novas rodas
e cores, até então era disponível
somente na cor Azul Mônaco.
Em
1993 foi lançado o Gol 1000, com o motor derivado
do CHT 1.6, passado um ano depois de uma enorme expectativa,
foi lançado em 1994 a segunda geração
do Gol (AB9), visto que o modelo anterior se encontrava
visualmente inferior aos rivais que haviam se modernizado.
A plataforma guardava semelhanças com a primeira
geração, mas com várias alteração,
tendo como primeiro benefício a maior rigidez
torcional, que se refletiu no conforto, pois foi possível
trabalhar molas, barra estabilizados e reduzir a carga
dos amortecedores, graças a menor torção
do monobloco sem prejuízo para a estabilidade.
No
ano de 1995 é lançado o GTi com o motor
2.0 8v e também a versão 1.000 disponível
nas versões Plus e 1000i, o desempenho desses
modelos associado a um peso mais alto que a geração
que o antecedeu causou grande decepção.
Mas
é em 1996 que o Gol atinge o ápice de
sua carreira, com o nascimento do GTi mais nervoso de
todos os tempos, com motor 2.0 16v gerando 141 cv, o
cambio vinha direto do Audi 80 que já se encontrava
na terceira geração, na suspensão,
novas molas, amortecedores, barras estabilizadoras,
a dianteira mais espessa e uma na traseira, tornando
o comportamento mais agressivo, permitindo até
realizar sobreesterço (derrapagem traseira) em
curvas com maior facilidade que um Gol normal com barra
apenas na dianteira; o resultado de tudo isso foi a
criação de uma verdadeira pimenta. Considerado
por muitos, o último "Pocket-Rocket"
nacional.
Nesse
mesmo ano foi lançada uma versão esportiva,
que pretendia ocupar a vaga deixada pelo antigo GTS,
era equipado com o motor AP 1.8, mas com um comando
de maior levante (268º), mas o maior peso não
lhe permitia a mesma agilidade.
Em
1997 todos os Gol passam a serem equipados com injeção
eletrônica Mi, (Multipoint Injection) seqüencial
(um bico injetor para cada cilindro) ao invés
da injeção Ford EEC-IV, single-point.
(um bico para os 4 cilindros), com essa mudança
o Gol passou a ter melhor desempenho e um menor consumo.
O motor AE-1000, originário da Ford deixa de
ser oferecido e é substituído com vantagens
pelo motor AT-1000 Hi-Tork. A versão TSi passa
a ser disponível tanto com motor 1.8 ou 2.0,
substituindo assim a versão 8v do GTi.
Em
setembro desse mesmo ano, é lançada a
versão 1.0 16v (AT-1000 16v), sendo o Gol o primeiro
carro popular a oferecer a opção de motor
16 válvulas.
Para
1998, o Gol ganha uma versão com 4 portas, inicialmente
oferecida apenas na rara versão GLS 2.0, posteriormente
a opção foi estendida para toda a linha.
Em
1999 o airbag estava disponível a partir do GL,
a curiosidade era que o airbag do passageiro ficava
no lugar do porta-luvas, como no Passat 35i. No final
desse ano aconteceu a estréia do Gol Geração
III, com modificações estéticas,
internas, mecânicas e estruturais, as principais
foram: escolha livre de opcionais, painel, suspensão
recalibrada se tornando mais confortável, motores
atualizados e mais fortes, faróis de superfície
complexa com lente de policarbonato, monobloco reforçado,
câmbio, airbag e ABS disponível desde a
versão 1.0.
Os
motores foram modificados, ganhando potência e
torque: o 1.6 (1.595cm3) passou de 88 cv para 92 cv;
o 1.8 (1.781cm3) de 93cv para 99cv; o 2.0 (1.984cm3)
de 108cv para 111cv e o 2.0 16v (1.984cm3) que passou
de 141 cv para 145,5 cv. As versões, antes denominadas
CL, GL e GLS, agora eram apenas identificadas por 1.0,
1.0 16v, 1.6, 1.8 e 2.0 e GTi. Com módulos de
equipamento chamados de Confortline e Sportline.
Em
2000, surge o 1.0 16v Turbo, com pico de 1.2bar de pressão,
gerava 112cv, sendo talvez o motor mais moderno já
desenvolvido e produzido totalmente no Brasil, com uma
moderna central de injeção Bosch Motronic,
variador de fase no comando das válvulas de admissão,
uma turbina de pequenas dimensões garantindo
torque relativamente bom em baixa rotação
aliado a um cambio e diferencial com relações
curtas; o desempenho era melhor que a encomenda superando
inclusive o 1.8 e 2.0, oferecia o desempenho de um GTi,
mas por um preço muito satisfatório. Esse
é outro que fica guardado na lembrança.
Infelizmente,
a versão GTi passou a ser oferecida apenas com
4 portas, apesar de continuar com o mesmo vigor, mesmo
que externamente fosse facilmente confundido com qualquer
Gol equipado com o módulo Sportline, passando
a ser um esportivo disfarçado. Foi o hatch compacto
mais potente do Brasil até os dias atuais, mas
desde 2000 a versão perdeu muito de seu apelo.
Em
2003, o modelo foi reestilizado, ganhando novos pára-choques,
frisos e modificações internas leves como
volante e grafia do painel de instrumentos; esteticamente
o resultado ficou abaixo do esperado pois seu antecessor
fazia melhor, um fato importante foi o surgimento da
primeira versão bi-combustível no Brasil,
com o veterano AP 1.6.
Enfim,
esse é o veículo de maior sucesso no Brasil,
ultrapassando a vendagem do Fusca, é exportado
para México, Argentina, Uruguai, China e outros
países. No México, onde é o importado
de maior saída daquele mercado, recebe o nome
de Pointer; a Parati de Pointer Vagoneta e a Saveiro
de Pointer Pick-Up e a versão GTi comercializada
por lá possui rodas aro 14 com pneus 185/60 e
motor AP-2000 8v com 120 cv. Agora também é
exportado para a Rússia na versão 4 portas,
com motor 1.0 8v com abs e airbag duplo de série,
tal como no Gol 1.6 vendido no mercado chinês
que possui esses itens de segurança de série
e curiosamente possui injeção Bosch ao
invés da Magneti-Marelli usada nos nacionais.
O
fôlego não é o mesmo, temos que
considerar que o Gol ganhou mais concorrentes principalmente
de 5 anos para cá, mas há 18 anos o modelo
continua figurando no topo do ranking de vendas, com
mais de 4 milhões de unidades vendidas até
o momento, provando ser um veículo confiável
e de retorno garantido, que dispõe de uma variada
gama de motores, o pacote de opcionais se resume ao
básico, o custo benefício não é
dos melhores, mas o veículo ainda consegue se
impor de maneira surpreendente.